Archive for the 'Não Organizado' Category

As voltas que, à volta, as voltas dão

Dezembro 21, 2006

Pega na minha mão. Paga o bilhete. Uma viagem, uma volta. Na Grande Roda em movimento. Gira e não dês a vida à sorte, que de certo só a morte, que de sorte só a vida.

Mood

Dezembro 14, 2006

Fim do dia – Apenas uma súbita e desavinda vontade de me desfazer em lágrimas. Apenas uma brutal vontade de me partir em pranto. E chorar muito, muito. Por todas as coisas e por nenhuma em especial. Só uma vontade. Esta vontade. De borbotar e escorrer. De fluir. De ser caudalosa. De cometer um acto mais líquido e forte. De chorar como quem transborda. E depois assinar por baixo: “Eu”.

* Foto: Hudlu

Vidas que não andam juntas

Dezembro 11, 2006

À entrada da semana: prometo fazer o meu melhor para que o efeito dos meus entusiasmos e afazeres me deixem também algum tempo a ti. Garanto! Ou não garanto. Prometo! Ou talvez seja melhor não prometer. Espero! Ou talvez seja preferível nem esperar. De coração. Com intenção. Um belo projecto de intenção. Mas então ocorre-me que de intenções está o Inferno cheio e anda o mundo farto! Melhor nem abrir a boca, não dizer nada. A ver vamos, como será. A ver vamos no que dará. Que seja, acima de tudo, mais uma semana cheia de afazeres e entusiasmos! Mesmo que o tempo falte. Ainda que o tempo só chegue para aquilo que tem importância.

A noite passada

Dezembro 8, 2006

Pouco importa que nem sempre te encontre quando te procuro. Basta-me a certeza sem espinhos de que sempre me chegas antes que a falta se torne insuportável.

Parapluie – a chuva não precisa de ti para ser bela

Dezembro 8, 2006

Choveu por toda a noite e ainda chove. O vento assobiou por toda a noite e ainda assobia. Gosto do que há de constante e convicto no temporal, deste não se levantar só de vez em quando, deste não desabar só de quando em vez. Gosto deste cair incessante, deste ventar contínuo, deste trovejo que nem com a vaga promessa de sol da manhã se interrompe.

E acho que tenho sorte por ser assim. Nem cega, nem distraída. Leal apenas e tão só aos inabaláveis que me fustigam.

As pedras que eram sorriso

Novembro 17, 2006

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atirei pedras ao tejo / com raiva das minhas mágoas /*

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eram ciúme e vingança / mas as pedras de criança / são o sorriso das águas *

* letra de João Monge

Misty Fog

Outubro 31, 2006

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Foto: Javier Echezarreta – Baía Concha/San Sebastian (Espanha)

Esta noite, depois de sairmos do Estúdio, percebemos que qualquer coisa aconteceu em redor: depois das noites mornas e de uma semana de sol generoso, há um estranho nevoeiro que entretanto avançou e, num ápice, foi tomando conta de tudo. Sobretudo do fim da estrada.

«Por acaso, não me importa nada, o nevoeiro. Por acaso até gosto de nevoeiro. Fascina-me», diz Red Bull. Porque será, pergunto-me eu, porque será?!

The ‘Princess Bride’ or the ‘Black Widow’: pick one!

Outubro 14, 2006

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Notícia | «Against Nature»

Outubro 14, 2006

O Museu de História Natural da Universidade de Oslo tem patente uma exposição que documenta comportamentos de atracção pelo mesmo sexo entre girafas, pinguins, abelhas, papagaios, baleias, cisnes chipanzés e dezenas de animais. Segundo os responsáveis, apesar da exposição incluir materiais relativos a “apenas” 500 espécies, este tipo de comportamento foi observado em mais de 1500.

De acordo com os especialistas envolvidos no projecto, a constatação deste facto, um pouco por todo o reino animal, implica que a homossexualidade humana não pode ser considerada contrária à natureza.

A ala mais conservadora da Igreja “abençoou” a exposição, desejando que os seus organizadores “ardam no Inferno”: AQUI

Notícia | «Portugal é base de ‘O Boticário’ para a Europa»

Outubro 13, 2006

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in Oje – 13 /10/2006

Invadida de uma felicidade boa, eu. Ally McBeall parou o carro lá fora e veio ver-me.

Setembro 29, 2006


Foto: Calista Flockhart

… E, de repente, levito ante o surpreendente efeito de um abraço teu.

Post-it | ‘É preciso amar direito’

Setembro 12, 2006

aspas_azuis22.jpg Não ame para não ficar isolada. Não ame assim, sem amor, por uma segunda chance. Por tédio. Para passar o tempo. Por respeito. Para esperar acompanhada.

Tenha coragem de encarar a verdade. Não maltrate sua esperança. Não se torture com a promessa de que pode dar certo. Não dá certo o que não pode dar errado.

Ame para conhecer, não conheça para amar. O amor é violento mesmo quando temos controle sobre ele. O amor é um excesso que retira a possibilidade de viver pequeno. 

A amizade pode estar no amor, mas não é amor. Amor tem mais pele do que osso. Osso se guarda na terra. Já a pele cheira-se com insistência para contrariar o esquecimento.

Não ame por recompensa, porque houve alguém que aguardou que os outros fossem embora. O final de festa é cansaço.

Não ame por caridade. O corpo não é uma esmola.

Não ame alguém por vingança, só para dizer que os outros não prestam.

Não ame por educação. Isso é rebaixar o outro, acovardá-lo com atenuantes. É conter a ambição dos braços, a curiosidade das pernas.

Não ame por acomodação. Perca a vida, mas não a procura.

Amor não se convence. Não se enraíza com argumentos. Não começa pela cautela. Amor é a falta de prevenção. Não se faz discutindo, amor se faz precisando.

Não ame por achar que alguém é ideal e não a fará sofrer. Prevenir a dor é combater o que pode consolá-la. Não ame pelo simples fato de alguém estar disponível e atender seus chamados com facilidade. Não ame por conveniência. Para se exibir. Para não pensar mais nisso.

Ame quem não nasceu de uma consolação, quem não foi indicado pelos amigos, quem não seja a cara do seu pai. O que é melhor para você nem sempre é amor.

Não ame um amor que não seja inteiramente seu amor.

por Fabrício Carpinejar

Grrrl | Truely, madly, deeply… in love!

Agosto 15, 2006

Lily TomlinJane Wagner: gente, elas estão juntas há 35 anos!!…

Chatterbox | You’ve got a message

Agosto 7, 2006

Secção | Email

«Eu queria ver o mundo com seus olhos de criança, chorar e deixar as lágrimas pularem, e não apenas escorrerem. Queria ser indignada como você. Inquieta como você. Justa como você. Bonita como você. Intensa como você. E sabe o que mais eu queria? Ter tido um filho seu. Porque eu queria que você se multiplicasse. Acho que é disso que o mundo precisa. Pessoas bonitas, fortes, inquietas, indignadas, questinadoras, inteligentes. Como você.»

escrito por Milla L.

Post-it | Alvos fáceis, os que vivem coisas boas

Agosto 1, 2006

aspas_azuis2.jpg  É um facto: as pessoas que vivem coisas boas que vale a pena preservar, são infinitamente mais vulneráveis que as outras. Não é preciso ser-se feliz; basta prezar-se algo e ter-se medo de o perder. Quem receia magoar os de quem gosta, perdê-los, decepcioná-los; quem faz questão de trazer a sua existência nas palminhas – quem se acha, afinal, com uma sorte danada, apesar de tudo -, acaba por ser um alvo fácil. (…) Não ter medo nem vergonha de se mostrar como é, nem o que quer ou do que gosta, muito menos aquilo a que aspira e o que mais a incomoda. Tudo isso lhe confere uma fragilidade imensa, de sopro de vela. Amarmos outros, e amarmos a presença dos outros na nossa vida, é como ficarmos com o organismo a modos que indefeso, imunodeficiente e mais sujeito a dores, a incómodos, a doenças. Porque ficamos à mercê das investidas virulentas de quem nada receia porque nada tem a perder.

in Controversa Maresia